Friday, January 30, 2009

É só começar


No terceiro dia do Fórum Social Mundial em Belém o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma importante declaração. Disse que vai anistiar os mais de 50 mil imigrantes estrangeiros que vivem no país. Para ele o Brasil deve dar o exemplo a outros ricos países europeus, lembrando que recebemos sempre todos com respeito desde 1850, quando chegaram os italianos, espanhóis, alemães e etc.

Falou mais, disse que as pessoas pobres do mundo não podem e nem devem andar por ai feito nômades. Na opinião do presidente se os pobres forem proibidos de trafegar pelo mundo e apenas a América Latina e a África os aceitarem, resta desenvolver esses dois continentes para acolher essas pessoas.


Talvez possamos mesmo servir de modelo. O Brasil é um país no qual o estrangeiro sempre foi bem recebido ao longo dos anos. Os europeus e asiáticos vieram de seus países com “uma mão na frente e outra atrás” e com muito esforço venceram as dificuldades aqui no Brasil. Nada mais correto do que o raciocínio adotado pelo presidente, apesar, de eu ser contra essa dicotomia de separar o mundo em duas espécies de indivíduos: os ricos e os pobres.


Na realidade não é uma briga de classes. O que precisa mudar no mundo é o olhar, que precisa se transformar em algo mais compassivo. Temos de acolher os outros, temos de nos acolher, temos de nos transformar em uma infinita fonte de bondade se quisermos ver uma verdadeira revolução no mundo. Não é tarefa simples e não depende de recursos financeiros, basta que todos nós sejamos ensinados a amar.

Amar não é um mero impulso, amar é acolher. Dar guarida quando alguém está necessitado da nossa ajuda, ser útil e mais tarde, num momento de dificuldade, também poder contar com suas boas relações. Não é apenas uma questão de diplomacia, ajudar ao próximo faz bem, eleva a energia e somente esse tipo de energia gerada de atos compassivos é capaz de mudar efetivamente o mundo.


Isso é o que chamo de vibrar em esferas mais altas e o meu querido Lama Samten chama de dar um nascimento positivo. Para nos elevarmos precisamos mudar nossa forma de olhar o mundo, acalmar a mente, perceber os condicionamentos como obstáculos e vence-los. Outra tarefa árdua, mas que passa por cima de meros julgamentos de posses materiais, origem, cor da pele, etnia, raça e tantas outras coisas usadas para fazer distinção e aumentar a ilusão.

Essa não é apenas uma visão budista do mundo, na realidade essa é uma visão compartilhada no âmago das mais diversas religiões já criadas. Todos os seres almejam se livrar do sofrimento, viver a vida em harmonia e assim encontrar a verdadeira felicidade. A verdadeira felicidade não surge apenas da simples satisfação de nossos desejos egoístas, ela surge quando somos compassivos, quando conseguimos ser benevolentes e assim nos elevamos.


Você lembra da última vez que ajudou alguém? Você ouviu uma história de alguém que precisava desabafar, levou um rancho para a casa de um parente que estava passando necessidade, doou um par velho de tênis para um mendigo que bateu na porta da sua casa, seja lá o que você tenha feito, você lembra da sensação? Lembra do olhar de gratidão e de como aquilo preencheu seu peito e o deixou feliz?


Essa é a caridade cristã, a compaixão budista, o princípio da Kaballah judaica e de tantas outras tradições religiosas. A roda dos ensinamentos está constantemente girando, esperando que você também entre nessa mandala, que você também se eleve, custa alguma coisa tentar?

Fraternidade entre os países já! Não existem nações, existe um planeta e existem pessoas. Existem seres sencientes, outras formas de vida, que também precisam da nossa atenção e carinho. É só começar.

A matéria sobre a fala do Lula na íntegra: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u496527.shtml

Na foto a deusa chinesa da compaixão Kuan Yin.

Tuesday, January 27, 2009

Sob as bênçãos do Sol


Engraçada a sincronia, o primeiro eclipse solar do ano só pode ser visualizado da ÍNDIA (e em algumas partes da Ásia) e aconteceu no primeiro dia do ANO NOVO CHINÊS. Sim, dois detalhes super importantes para a construção da história. O primeiro porque a Índia é um local super sagrado com todo o seu panteão de Deuses, religiões e costumes. O segundo, o ano novo chinês, pelo mesmo motivo já citado no caso da Índia e também porque esse ano inicia o ano do BOI.

Qual será a energia do ano do boi? Bom, li um artigo na internet falando que os grandes impérios construíram seus castelos sob bolhas de sabão e, portanto, eles devem em breve perder sua sustentação. Aliás, como já vem ocorrendo devido à crise econômica mundial. Isso quer dizer que o ano do BOI marca o fim da ilusão.

Como acontece o fim da ilusão? Bom, ao meu ver é quando a claridade toma conta daquilo que está obscurecido tanto no individual quanto no coletivo. Os mais desavisados e individualistas não podem nunca esquecer que ninguém se ilumina sozinho. Portanto, muita paciência, compaixão e humildade para os outros que ainda não começaram a trilhar um caminho mais elevado.

A humanidade perceberá quanta bobagem tem feito ao despejar todo seu valor baseando-se apenas em acúmulo financeiro. Agora que muitos estão perdendo seus empregos, parando de encher os bolsos de pessoas que ganham até 100 vezes o seu salário, eles podem perceber o que andavam fazendo.

O que eles andavam fazendo? Iludindo-se, consumindo desenfreadamente, destruindo ainda mais a biosfera, não tendo tempo para cuidar do espírito e nem de suas relações com os outros. Diz um ditado taoista que para construir algo é necessário primeiro destruir algo. Logo, o ano do boi será um ano de abandonar velhos condicionamentos e construir uma natureza mais ilimitada para viver de acordo com o novo tempo.

Nesse novo tempo nossos valores não serão mais medidos pelos valores de mercado. Tudo se transforma em uma sociedade que ao invés de emergir para a violência começa aos poucos a se dar conta de que não adianta guerrear para continuar alimentando os mesmos poderosos para que estes continuem exercendo seus jogos. O melhor a fazer agora é cuidar de si, de suas relações e vibrar em esferas mais altas.

Esse é o tempo das coisas que não podemos comprar. De acordo com o Dalai Lama exista uma coisa que o dinheiro não pode comprar e essa coisa se chama AFETO. Podemos ter a blusa da última coleção do Alexander McQueen, podemos comprar um Nike Air modelo retrô direto de uma loja no Japão, mas nada disso vai substituir o amor, carinho e compreensão que apenas as pessoas que você conquistou durante a vida podem lhe dar.

Monday, January 26, 2009

Eclipse do Sol


Lua passa entre o Sol e a Terra durante eclipse que pôde ser visto em Bandar Lampung, na Indonésia, nesta segunda (10h02).

Sim, hoje, segundo a doutrina budista todas as nossas ações se ampliam mais de um milhão de vezes. Uau, ótimo para acumular méritos, tô até enjoada!

Saturday, January 24, 2009

Tara Verde


As taras são emanações, deidades budistas, energias femininas que socorrem imediatamente muitos seres sencientes de, digamos, apertos. Bom, no ano de 2002, se eu não me engano, fiz um retiro budista para aprender a ainda inédita do Brasil Mandala de Tara.

Foi nesse retiro que eu fiz o voto, a bodichita, de tomar refúgio nas três joiás e também na Tara Verde, que até então eu desconhecia. Foi algo incrível, eu fui praticamente arrastada por forças super poderosas para chegar até lá e ter esses ensinamentos. Para vocês terem uma idéia nem budista eu era nessa época!

Tomar refúgio é quase, ou melhor, é fazer votos de atingir a iluminação para assim beneficiar os seres. Eu não poderia ter me identificado com deidade mais apropriada. A Tara Verde é uma das primeiras feministas do cosmos, atenciosa e carinhosa gosta muito de atender aos pedidos das mulheres e crianças, uma energia assim meio Iemanjá, que é a orixá da minha energia.

Quem se interessar de conhecer mais sobre a Tara Verde entre nesse link abaixo que é sensacional.

http://www.salves.com.br/taragreen.htm

Arte divinatória tibetana

Para quem acha que budismo trata praticamente apenas da prática da meditação está muitíssimo enganado! Eu, que tenho esse afã por pesquisar todas as belas doutrinas espirituais do mundo, me deparo cada dia com mais e mais similaridades entre os universos ocidentais afrobrasileiros e os orientais budistas.

Esse artigo que está no link abaixo é sobre a arte divinatória tibetana. Apesar de todo mundo saber que a maior parte da filosofia budista é baseada em formas de se viver no tempo presente, até mesmo os estudiosos sobre o assunto acreditam que é muito importante, em certas ocasiões, saber sobre o futuro. Por exemplo, quando estamos muito em dúvida sobre algo crucial de ser decidido para mudar algumas coisas importantes em nossas vidas, para fazer o universo se mexer um pouco, é legal, segundo lamas e monges, consultar uma arte divinatória.

No post escrito por Dordje Tseten ele fala nas questões ligadas a divinação, o carma, a transferência de méritos e mais outros assuntos interessantes. Achei essa ótica budista de tratar os acontecimentos futuros uma coisa impressionante. Só tenho a agradecer ao meu querido Lama Samten por ter me colocado numa estrada tão rica quanto é a do budismo. Longa vida ao Lama Samten!

http://www.salves.com.br/Tibart_divin.html

O desenho do Post é de um Leão da Neve, guardião da nação tibetana que está em sua bandeira.

Thursday, January 22, 2009

Espírito livre


Como esse meu blog está voltado para a discussão do lado mais “mágico” da vida me sinto à vontade para falar de certas coisas que fora de contexto pareceriam constrangedoras. Por exemplo, aqui consigo expressar certos aspectos da minha personalidade que meu lado racional acha extremamente ingênuo e um tanto quanto primitivo.

Estou super animada com essa eleição do Obama, meu lado taurino foi enviado para baixo do tapete e ando me permitindo viajar como uma aquariana. Viram o primeiro mandato do cara? Fechar Guantanamo! O segundo? Acabar com a tortura nas prisões secretas que o governo americano mantém espalhados pelo mundo!

Não sei, é um cheiro de Nova Era que paira no ar... Pode dizer, sou ingênua, não sou? No mínimo tenho um coração cheio de esperança e uma alma gigante que anseia por liberdade. Ainda por cima teve a incrível sincronia de hoje passar na bendita Sessão da Tarde o desenho animado chamado Spirit – O Corcel Indomável. Vocês já viram esse filme? É um grito, um clamor por liberdade, uma ode a todos os espíritos livres desse mundo.

Durante o retiro no Centro Budista o pessoal discutiu bastante sobre o conceito de liberdade. Na visão comum do mundo, que nos aprisiona na ilusão, achamos que ser livre é seguir os impulsos, nos satisfazer, digamos assim. Já na visão mais elevada a verdadeira liberdade é não seguir esses impulsos, mas nada assim tão ditatorial como vocês possam estar imaginando.

Ando praticando, fazendo minhas rotinas espirituais, mas a minha mente é mais indomável do que o tal do Corcel, ela ainda quer ficar agarrada a mil e um sentimentos mundanos, sei lá, tem dias que eu penso que nasci para ser igual a uma folha ao vento. Gosto de dançar, de cantar, de ser livre e solta! Adoro soltar minhas gargalhadas, chorar, gritar, me calar e depois repetir tudo de novo. Tão mundana e ao mesmo tempo tentando ser um pouco mais elevada.

Será que esse é o caminho que eu devo seguir? Ou será que tem gente que nasceu para viver tudo com intensidade? Não sei, acho que aos poucos eu vou descobrindo as lições que ainda devo aprender, assim como estamos agora começando a nos adaptar ao novo mundo. Caso eu não esteja enganada o mundo está mesmo mudando, em todos os sentidos e parece que ainda vamos nos surpreender bastante durante mais essa aventura.

Hoje, para quem estuda o Sincronário do Novo Tempo, também conhecido por calendário maia (www.calendariodapaz.com.br) iniciou a Onda Encantada da Tormenta Azul. Treze dias de muito autogeração de novas energias, muitas mudanças. Segurem o chapéu porque essa jornada nem sempre é das mais fáceis, mas se soubermos lidar com certeza vai ser mais gostoso. Vida, vida, como é bom viver na impermanência!

Wednesday, January 21, 2009

Obama pela visão do astral

Ao longo do processo eleitoral americano o que eu recebi, através de e-mails enviados pelos amigos, de canalizações de seres do espaço sobre o atual presidente dos EUA Barack Obama, vixe, até perdi a conta! O mais interessante é que todos os relatos são super positivos, falam sobre a Nova Era, de como o Obama possui uma energia completamente integrada com esses novos tempos.

O pessoal do Círculo Carmesim, que se denominam Shaumbras, que equivale mais ou menos a dizer pessoas que estão conectadas e vieram participar ativamente da Nova Era (como eu e você) recebeu uma canalização interessante de Tobias, um de seus “mensageiros”, digamos na falta de algo mais adequado. Segundo Tobias o Obama, assim como muitas figuras importantes que surgirão, não é uma única alma, mas sim um esforço coletivo de grandes líderes do passado, como os pais fundadores dos EUA, para dar novos rumos a nação. Isso não quer dizer que ele não tenha alma, mas transforma Obama em algo semelhante a uma entidade, já que canaliza tantas energias de mudança.

Eu tento racionalizar em cima de todas essas canalizações que me enviam. Sei que mensagens enviadas pelo astral podem sofrer mais do que qualquer outro tipo de mensagens os mais diversos ruídos. Mas, ao julgar pela proporção que uma única pessoa conseguiu tomar em esfera planetária o Obama se transformou sim em uma entidade. Mesmo com a ajuda do marketing, da competente equipe de campanha, nada assim é criado e comove toda uma gama de pessoas sem uma força enorme do plano astral superior (pelo menos é no que eu acredito).

A Karen Bishop, outra americana que recebe canalizações há alguns anos, todas também relacionadas com o advento da Nova Era, também falou e fala muito sobre o Obama. Para ela a energia do presidente americano é a mesma de Roosevelt, um dos mais lembrados ex-presidentes americanos. Não sei se ela insinua algo relacionado à reencarnação, mas o caminho, segundo ela, parece ser esse.

Na minha humilde percepção a única coisa de fato que posso perceber é que é extremamente importante um homem negro e sua família estarem agora habitando a Casa Branca e comandando uma das maiores nações do mundo. Talvez isso seja um fator de esperança para os jovens, talvez isso ajude e muito no movimento por direitos civis, talvez isso tire o ranço racista de muitas das grandes nações do mundo. Talvez.

Não sei, mas eu gostei do fato de ver o presidente dos EUA dançar com a mulher no dia da posse ao som do Steve Wonder! Só faltou mesmo a presença do Martin Luther King Jr. discursando ao microfone, a guitarra mágica de Jimi Hendrix ecoando pelo céu de Washington, o chacoalhado sensacional do James Brown e um bom Moon Walking de Michael Jackson pelo palco (pena ele ter enveredado pelo caminho do bizarro).

Agora acabo de ler que ele vai terminar com a pena dos prisioneiros de Guantanamo Bay. Graças a Deus! Essa é a melhor primeira medida que alguém poderia tomar, chega de militarismos no mundo! Quem sabe talvez esse não seja um primeiro passo para a reconstrução planetária? Alguém ai dúvida? Chega de azedume minha gente, no final a mensagem é uma só: precisamos ter esperança. E, mesmo que seja um slogan marketeiro, vamos nos divertir no Samsara e só hoje gritar YES, WE CAN! Não custa tentar.

Sunday, January 18, 2009

Amor universal


Hoje depois das minhas práticas matinais comecei a observar como sou atormentada por coisas que me aconteceram no passado. O pior de tudo isso é que eu mais do que qualquer outra pessoa das minhas relações sei quanto isso é prejudicial e impede o caminho do ser humano rumo a libertação = iluminação.

São assuntos que ficaram pendentes, relações que ficaram mal resolvidas e que ao invés de receberem o devido esclarecimento foram jogadas para debaixo do tapete. Eu sei o motivo pelo qual ainda, depois de passado tantos anos, isso me deixa desnorteada. Simplesmente porque colocar as coisas para baixo do tapete não faz e nunca fez o meu estilo!


Entretanto, em prol da minha serenidade, o melhor caminho a tomar parece ser o do desapego das situações vividas. Como isso pode ser tão difícil? Como nossa mente, nossas lembranças, nossas estruturas cármicas, podem nos dominar dessa maneira? Tem vezes que eu me pego desanimada, me sentindo uma boba porque ainda cultivo tais pensamentos atrasados. Digo para mim mesma: “Sua idiota, todos estão tranqüilos vivendo as suas vidas e você aqui remoendo o passado!”.


E, pior ainda, isso é a mais pura verdade! Portanto, agora sei que devo fazer o velho truque Mahayana de usar meus obstáculos como aliados para seguir firme minha prática espiritual. Todas essas negatividades, todos esses fantasmas serão a partir de agora e quantas vezes forem necessário meus mestres. Quando eu estiver pensando nas situações ou nas pessoas esse será um sinal de que novamente estou me dirigindo pelo caminho das distrações.

Fora essa resolução também pratico muito uma meditação chamada Metabavana. Ela deve ser praticada três vezes seguida, com o foco em uma pessoa em especial e isso ajuda a desenvolver a compaixão e gerar méritos para você e a outra pessoa. É simples de fazer basta dizer:


Que esse ser seja feliz

Que se afaste do sofrimento

Que encontre as causas da felicidade

Que se afaste das causas do sofrimento

Que se livre de toda estrutura cármica

Que tenha lucidez, visão instantânea

Que encontre a verdadeira capacidade de ajudar os seres

E que nisso encontre a verdadeira alegria e felicidade

Metabavana pode ser usado para um ser que te ofendeu na rua, para o vizinho chato, para o cara da mercearia que te passou a perna no troco, para um amigo que precisa de uma ajuda e assim por diante. Esse é o segredo da serenidade de tibetanos e indianos que praticam a Metabavana constantemente no seu dia a dia.


Por experiência própria eu digo que funciona e muito, serena o coração e desperta a compaixão!

“O mundo não é algo externo e fixo como nós usualmente imaginamos. É algo inseparável do nosso modo de olhá-lo. Isso é o que se chama de coemergência de todos os fenômenos. Ou seja, do jeito que nós surgimos, surge também a experiência de mundo. O fato de não haver separação entre o sujeito e o objeto é uma realidade, ainda que não a percebamos. Portanto, não é possível sermos felizes sozinhos. Para alcançarmos a verdadeira felicidade é preciso que os outros estejam felizes também”, afirmou o lama, aconselhando a prática de metabavana, a meditação do amor universal, em que aspiramos que todos os seres, sem exceção, se afastem do sofrimento, e das causas do sofrimento, e sejam felizes e tenham as causas da felicidade. “Quando substituímos um problema por uma visão amorosa e compassiva, nos sentimos melhores”, afirmou Lama Padma Samten.

Viva o Lama Padma Samten! Viva! http://www.caminhodomeio.org/Noticias/bemestar.html

Wednesday, January 14, 2009

Notícia sobre os maias

Viram essa notícia no G1? Parece que só agora as pessoas se antenaram em pesquisar a rota de comércio dos antigos maias e sacar que ela ligava todas as Américas, inclusive a nossa aqui, a do sul. Pois é, foi preciso achar pistas em uma das ruínas históricas para os cientistas se mexerem. Bom, antes tarde do que nunca!

In lackech, amigos!

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL953996-5603,00-BRASILEIROS+VAO+INVESTIGAR+MISTERIOS+DE+ROTAS+DE+COMERCIO+DOS+MAIAS.html

Nascimento e transformação



Várias transformações estão ocorrendo nos mais diversos setores da minha vida. Passei cinco dias em um retiro budista e pude constatar que o caminho para atingir a iluminação é algo tão pessoal, que requer tanto estudo e tanta prática que nem sei mais de quantas vidas eu vou precisar para que algo assim aconteça comigo.

O melhor desses cinco dias foi receber os ensinamentos diretamente do Lama Padma Samten, o professor que me ensina sobre a vida com uma nova visão, me fala sobre as paisagens que criamos e de como dar nascimento positivo às coisas, situações e pessoas. Engraçado, convivi com ele por anos a fio, visitando de vez em quando o templo em Viamão (onde fiz uma série de fotos chamada Zen) e outras como repórter acompanhando a situação dos moradores do Castelinho (comunidade carente ao lado do Centro Budista, que trabalha com eles questões de saúde e incentivando nascimentos positivos) mas nunca tinha parado para escutar seus ensinamentos. Estou arrebatada, sinceramente arrebatada.

O que é dar um nascimento positivo? É ver o mundo com os olhos da compaixão. Ao invés de olhar para uma pessoa pela qual não simpatizamos e sair fazendo julgamentos, damos uma virada de 360° na nossa visão. Dessa forma a pessoa renasce, suas qualidades mais preciosas afloram e nosso nível de relacionamento com ela se eleva e assim tudo se expande, entrando numa mandala elevada.

Essa entrada na mandala é chamada também de experiência de Shamballa. Nessa experiência o melhor de mim se relaciona com o melhor de você e dessa maneira conseguimos ter um pequeno gosto de estar em uma Terra Pura, que no conceito budista seria experimentar uma pequena parte da natureza infinita dos seres, fora do Samsara, a roda da vida governada por Maharaja ou Mara, para os mais íntimos.

Estar no Samsara é estar inconsciente e aprisionado em nossos mundos, nos distraindo do verdadeiro caminho, que na visão budista seria a busca pela estabilização dos pensamentos, seu domínio e, quem sabe, atingindo assim a iluminação. Iluminar-se não seria apenas encontrar com o seu EU superior, como muita gente de outras doutrinas espirituais está familiarizado. Acredito que é dar um passo além, entrar em contato com essa energia superior e após esse momento virar um só com ela.

Saí desse retiro budista renovada. Prometi ao Lama que agora eu seguiria por esse caminho, mas, claro, sem nunca largar minhas raízes daimistas e umbandistas, que em outra conversa que eu tiver com vocês vou mostrar que não estão assim tão distantes de muitos ritos budistas. Tem até um cara no Recife que tem um terreiro todo ele enfeitado como se fosse um templo budista, fazendo um mix de culturas extremamente interessantes. Ainda vou, com certeza, dar um pulo por lá.

Monday, January 5, 2009

Vida em comunidade


Esse relato eu escrevi a pedido de uma amiga para ser publicado em uma revista sobre budismo. Ainda não sei se foi aprovado, mas posto aqui no blog para quem tiver curiosidade de ler.
Minha experiência de vida em comunidade não é usual. Não é o exemplo que normalmente as pessoas imaginam, sendo localizada em um mesmo terreno dividido por casas individuais e espaços (como a cozinha, por exemplo) em comum. Minha comunidade era toda a cidade de Alto Paraíso de Goiás, localizada no Cerrado, no coração do Brasil, que por causa de suas distintas características (entre elas a natureza exuberante e a protuberância de cristais) atraí para lá uma legião de místicos e outros peregrinos do caminho espiritual.

Antes de me mudar em definitivo tive experiências gradativas, indo, em cada oportunidade de férias, recompor meus pedaços nesse lugar especial do país. No ano de 2003 me formei como jornalista na PUCRS e num arrombo de acontecimentos e emoções resolvi que era chegada a hora de virar oficialmente um membro da comunidade de Alto Paraíso. Essa decisão, como eu saberia alguns dias depois, geraria conseqüências que aniquilariam por total alguns traços da minha personalidade (carmas).

Mas, como posso dizer que me mudando para um outro município tive experiência de vida em comunidade? Simples, porque em Alto Paraíso todos estão em busca do mesmo objetivo: ascender espiritualmente através do intenso contato com a natureza que lá nos cerca, conhecida como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O dia-a-dia nesse local não pode ser equiparado com o de uma cidade comum, assuntos como meditação e novas formas de expressar a espiritualidade estão sempre na pauta do dia de seus habitantes. Lá todos querem de alguma maneira se encontrar, mesmo que os percalços do caminho acabem afugentando algumas almas para um mundo fantasioso e ao mesmo tempo perigoso.

Existem muitas comunidades formais em Alto Paraíso, localizadas em regiões afastadas, outras bem no meio do centro urbano, mas a interação entre elas e os outros habitantes é total. A troca acontece constantemente, assim como a interiorização de alguns indivíduos, que em seu desejo intenso de encontrar a “cura” acaba submergindo para as profundezas da alma. Por causa desse risco, de se perder dentro de sua própria “introspecção”, aprendi algumas duras lições na vida em comunidade. Uma delas foi experimentar a solidão e assim enfrentar a concretização de alguns medos, que acabaram se manifestando de modo “mágico” na minha vida “real”.

Experiências mágicas são relatadas o tempo todo por quem já passou por aquelas terras. Existem uma penca de explicações possíveis e impossíveis para essa predisposição de acontecimentos mágicos. Os místicos acusam a grande quantidade de cristais como o culpado (que explica a antiga atividade de garimpo praticada na antiguidade na região), os filósofos ocultistas falam sobre a influência do paralelo 14 explicados pelo conhecimento da geometria sagrada e os céticos, ditos mais realistas, acham que a massa crítica dos indivíduos é a responsável pela criação desse ambiente um tanto quanto amalucado. Ninguém pode dizer quem está certo ou errado nessa história toda, a minha humilde sugestão é que cada um tire a sua própria conclusão fazendo uma peregrinação.

A convivência com a solidão me revelou muitas características da minha personalidade, que em sua maioria identifiquei como sendo negativas. Além de ter de conviver com as minhas imperfeições também convivia intensamente com a dos outros. O afloramento dessas emoções negativas era facilmente detectável entre as pessoas e a causa estava diretamente ligada a questões relacionadas com a sobrevivência. Mesmo querendo ser livres das regras impostas pela sociedade vigente, mesmo fugindo para o “paraíso”, a questão financeira, a falta de emprego, educação e geração de renda faz com que as pessoas caiam em constantes armadilhas espirituais.

Entre os meses de chuva, que vão mais ou menos de novembro a abril, a situação fica pior, dessa vez o exterior, o cenário, influi diretamente na experiência do indivíduo. Não é pouca chuva, no exagero da minha imaginação sempre comparei as épocas de chuva com o prenúncio do grande dilúvio que alagará todo o planeta! Todos os dias, nesse período gelado, chamado de invernada pelos goianos, o céu amanhece cinza, o turismo cessa e os habitantes entram em conflitos ou se recolhem para suas “cavernas” numa lenta e paciente hibernação dos sentidos.

Porém, quando maio chega e logo mais vem se aproximando os meses de férias, o florescimento é total, refletido tanto na natureza quanto nas pessoas. Chamado de época de seca, esse é outro período muito importante de ser observado. É quando o calor contagia o povo e o palco está armado para as festas, os novos encontros e descobertas. As muitas cachoeiras se tornam playgrounds para aliviar o calor, já que a natureza do Cerrado não se esvaiu, acostumado que está com essas condições e um verde incrível toma conta da paisagem e é um deleite para os olhos mais sensíveis.

Aqui também chegam novas levas de moradores temporários, os turistas, que movimentam a economia local e por alguns instantes o “paraíso” é revelado aos seus peregrinos. É no meio dessa explosão de novas sensações que de repente sentimos que todo o sofrimento anterior parece ter valido a pena, todos se sentem recompensados e a roda da vida voltará a girar quando tudo isso cessar. Novamente as criaturas serão influenciadas pelas estações, muitos eventos se repetirão, algumas novas redescobertas acontecerão, até que mais uma alma se eleve e ceda espaço para um novo personagem na trama vitalícia que é a novela conhecida pelos mortais como Alto Paraíso.