Wednesday, February 11, 2009

Entrando na mandala


Atualmente existem alguns movimentos interessantes acontecendo comigo. Estou na iminência de mudar meu rumo profissional, na iminência de mudar fisicamente e em todas as outras áreas da minha vida. Com a prática mais intensa do budismo, incluindo ai a meditação e os 5 ritos tibetanos, minha visão de mundo ampliou.

Não sinto mais o cansaço que antes tomava conta do meu corpo. Minha energia não mais diminuiu, agora quando sinto que isso está prestes a ocorrer aprendi como me defender desses “ataques psíquicos”. Aprendi, mas isso não quer dizer que tenha dominado. O mais interessante é que está claro que o que deve ser feito é o seguinte: procurar mudar a paisagem.

Mudar a paisagem é o que o meu querido Lama Samten fala sobre elevar a visão. Geralmente nos prendemos a uma determinada paisagem e nos condicionamos a agir dentro daquele modelo de mundo. Se gostarmos de interpretar o papel de vítima enxergamos o mundo e nossa relação com os seres apenas nesse nível e operamos assim, meio que no automático.


Quando desenvolvemos um refinamento da mente, quando os pensamentos começam a ficar um pouco mais organizados, acessamos uma certa clareza. A partir desse momento conseguimos operar a partir dessa sabedoria interior, desenvolvendo uma visão elevada, o que no livro A Mandala de Lótus, o Lama Samten chama de entrada na mandala.


O conceito de mandala é antigo, bonito e interessante. Desde que aprendi que existem outros universos que estão constantemente disponíveis de serem acessados não temo mais ficar congelada na minha negatividade. Caso tenha feito uma má ação, algo que prejudique a mim e a aos outros seres, sempre terei infinitas oportunidades de me redimir, todos nós temos.


O motivo disso? Porque nada nesse universo é estático, somos energia, nos movimentamos dentro das infinitas mandalas como tal, como elétrons dentro de um átomo. Adentrando nos domínios da física quântica esse conceito fica fácil de ser compreendido. Durante muitos anos os cientistas chegaram a conclusão que o comportamento do elétron pode ser previsto apenas quando na presença de um observador. Fora isso ele, quando não está sendo “observado” age de maneira completamente adversa a esperada.


Somos também elétrons. A todos os momentos estamos nos associando com uma ou outra energia. Através dessas escolhas vivenciamos aquilo que consciente ou inconscientemente escolhemos. Por isso o sofrimento e a felicidade são apenas caminhos para se experimentar as emoções dessa vida. Um Buda, um ser que trabalha a nível mais elevado, passa pelos tormentos do mundo intocável, porque ele não opera mais no mundo das emoções.


Posso estar distorcendo os ensinamentos, mas, correndo esse risco, penso que um Buda opera no mundo através da compaixão. Agindo assim para que suas ações busquem beneficiar todos os seres. Dentro do budismo Mahayana isso é chamado do caminho do Bodisatva. O Bodisatva é como o que nos acostumamos a chamar de super-herói, um guerreiro espiritual, alguém que busca sempre dirigir a própria mente e beneficiar os seres.


Bodistava, palavra linda cheia de significados. Ninguém precisa ser budista para ser um Bodisatva. Quantos deles vocês não conhecem? Desde celebridades até anônimos que desfilam nos noticiários e até mesmo as pessoas com as quais nos relacionamos, o mundo, ainda bem, está cheio deles. Incansáveis, felizes por colocar um sorriso no rosto dos outros, preservando o planeta, sempre prontos para ajudar. Quem não almeja um dia ter o desprendimento de trilhar esse caminho?


Na foto o meu querido Lama Padma Samten!

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